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Ferrovia em MT vai começar a sair do papel após 10 anos

Obras terão início na cidade de Mara Rosa, em Goiás, onde os trilhos vão se conectar à malha da Norte-Sul

 Uma nova ferrovia vai começar a desenhar seu traçado sobre a malha logística nacional, para mexer um bocado com o tabuleiro do escoamento de grãos do País.

Projetada há mais de dez anos, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) terá seus primeiros dormentes lançados sobre o solo daqui a dois meses.

As obras terão início na cidade de Mara Rosa, em Goiás, onde os trilhos vão se conectar à malha da Ferrovia Norte-Sul, que já está em operação.

Partindo desse ponto, a Fico avançará rumo a Mato Grosso, em um trajeto de 383 quilômetros, até chegar ao município de Água Boa (730 km a Nordeste de Cuiabá), na região do Vale do Araguaia, que hoje registra as maiores taxas de expansão agrícola no Estado.

A execução das obras está por conta da mineradora Vale.

A companhia assinou um contrato com o Governo no fim do ano passado, com previsão de investir R$ 2,73 bilhões na Fico, no prazo de quatro anos estimado para sua conclusão.

O acordo firmado entre a empresa e o Ministério da Infraestrutura se deve à decisão do Governo de permitir que as atuais concessionárias de ferrovias do País façam a renovação antecipada de seus contratos.

A proposta, que era estudada desde 2017, autoriza que concessões de 30 anos realizadas na década de 1990 – e que só venceriam entre 2026 e 2028 – sejam renovadas agora, por mais 30 anos.

Como contrapartida, essas empresas se comprometem a expandir as malhas onde já atuam, além de fazerem o chamado “investimento cruzado”.

A Vale concordou em fazer a obra, após conseguir autorização para renovar antecipadamente duas concessões já operadas por suas empresas de logística, a Estrada de Ferro Vitória-Minas, na Região Sudeste do País, e a Estrada de Ferro Carajás, no Maranhão.

Quando a empresa terminar a obra, entregará o empreendimento para o governo, que vai fazer leilão para conceder a operação da ferrovia a qualquer companhia interessada em atuar no traçado.

Com os recursos da União completamente esgotados, esses acordos se transformaram em um atalho para levar os projetos adiante, com expansão e renovação da malha logística.

Além de ter um novo ativo sob seu controle, a União ainda pode arrecadar alguns bilhões com o leilão de sua concessão.

“Como a Fico já tem licença de instalação para todo seu traçado, está tudo pronto para começar as obras. A gente acredita que, em maio, já serão dadas as primeiras ordens de serviço”, disse ao jornal Estadão o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas

Por meio de nota, a Vale confirmou que já deu início às atividades relacionadas à pré-implantação da obra, com ações de sondagem de campo, desenvolvimento do projeto executivo e contratação de empresa de engenharia.

“Em paralelo, a companhia aguarda a emissão da posse de terra referente aos 30 quilômetros iniciais da ferrovia, sob responsabilidade do governo federal, para iniciar a etapa seguinte do empreendimento, voltada à construção da infraestrutura da via férrea”, declarou.

ALTERNATIVA – O novo ramal ferroviário deve ajudar a reduzir um pouco a pressão sobre as duas principais vias de escoamento de grãos de Mato Grosso, as Rodovias BR-163 e BR-158.

Neste ano, a exemplo do que sempre ocorreu com a BR-163, a BR-158 ganhou o noticiário nacional, com seus trechos de lama e filas intermináveis de caminhões atolados.

Hoje, as ferrovias respondem por cerca de 15% do transporte de cargas do País.

A atual meta do Plano Nacional de Logística – que tem grande chance de ser comprometida por causa da incapacidade de investimentos do Governo – é de que essa participação chegue a 30% até 2025.

O Brasil direciona entre 0,6% e 0,8% de tudo aquilo que produz anualmente para o setor de transportes.

Para melhorar minimamente as condições da logística atual, teria de ampliar essa fatia para 2,5% do PIB.

Nova licença permite mobilização para construção de 380 km de ferrovia entre Goiás e Mato Grosso

OBRAS EM BREVE

Nova licença permite mobilização para construção de 380 km de ferrovia entre Goiás e Mato Grosso

Nova licença permite mobilização para construção de 380 km de ferrovia entre Goiás e Mato Grosso

O Ministério da Infraestrutura, através da Valec, obteve junto ao Ibama a nova licença de instalação para a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) em mais um passo importante para o início da construção de mais de 380 quilômetros de trilhos, entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT), nos próximos meses. Publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (18), a nova autorização tornará o projeto da ferrovia mais sustentável.

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Para atender as condicionantes indicadas pelo órgão licenciador, os projetos foram alterados para reduzir a quantidade de aterros com altura superior a 20 metros, que estavam previstos para os quilômetros iniciais da Fico, com o intuito de permitir a travessia de animais de um lado ao outro da linha férrea e minimizar possíveis acidentes.

“Muito em breve iniciaremos as obras de construção da Fico, que vai ligar o Vale do Araguaia à Norte-Sul e, futuramente, ao litoral da Bahia. A mobilização já começou. É o projeto da cruz ferroviária brasileira se concretizando”, destacou o ministro Tarcísio Gomes de Freitas.

PROJETO – A Fico é parte fundamental do plano de expansão da malha ferroviária do Governo Federal para reequilíbrio da matriz de transporte e redução do custo logístico para tornar o produto brasileiro mais competitivo no exterior. Em um primeiro momento, a ferrovia terá 383 quilômetros de extensão, entre Mara Rosa (GO), a partir da ligação com a Ferrovia Norte-Sul (FNS), até Água Boa (MT), podendo, no futuro, ser estendida até Lucas do Rio Verde (MT). No início de junho, as equipes do MInfra, da Valec e da Vale realizaram visitas técnicas na região que será o encontro das ferrovias.

A construção da Fico será realizada pela Vale, fruto da primeira iniciativa de investimento cruzado do Governo Federal, a partir da prorrogação antecipada do contrato da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) -, em parceria com a Valec. Cerca de R$ 2,7 bilhões, que seriam pagos em outorga à União, serão investidos pela Vale na construção da ferrovia.

Logística

Com a ferrovia, será possível a criação de um corredor logístico ligando o Brasil de leste a oeste, quando conectada, através da Ferrovia Norte-Sul, à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). O primeiro trecho da Fiol, entre Ilhéus e Caetité, na Bahia, foi recém-concedido à iniciativa privada, e o Governo Federal trabalha no avanço dos outros dois segmentos: de Caetité a Barreiras (Fiol 2), ainda em território baiano, e de Barreiras a Figueirópolis, em Tocantins (Fiol 3).

O MInfra também já trabalha, em parceria com o Banco Mundial, na estruturação para uma futura concessão conjunta Fico-Fiol

Pioneiro de Santiago do Norte (MT) vai levantar hospital com filantropia

O presidente da Comissão Permanente Pró BR -242, Odir José Nicolodi, mais conhecido como Caçula, pertence a uma família pioneira do distrito de Santiago do Norte, em Mato Grosso. Recentemente em entrevista à Rádio Sorriso, se reuniu com o ministro dos Transportes, Tarcísio Gomes de Freitas, para anunciar uma obra de pavimentação de 87 km entre Santiago e Gaúcha do Norte, que começará ainda esse ano e ajudará no escoamento dos produtores de soja de toda a região. Sua família, em 1978, se instalou em Santiago do Norte, vindos do Rio Grande do Sul,  e começou a produzir a cachaça:.08 de julho de 2021 às 14h36

O presidente da Comissão Permanente Pró BR -242, Odir José Nicolodi, mais conhecido como Caçula, pertence a uma família pioneira do distrito de Santiago do Norte, em Mato Grosso. Recentemente em entrevista à Rádio Sorriso, se reuniu com o ministro dos Transportes, Tarcísio Gomes de Freitas, para anunciar uma obra de pavimentação de 87 km entre Santiago e Gaúcha do Norte, que começará ainda esse ano e ajudará no escoamento dos produtores de soja de toda a região.

Sua família, em 1978, se instalou em Santiago do Norte, vindos do Rio Grande do Sul,  e começou a produzir a cachaça: a Caminhos de Santiago do Norte Amburana, uma cachaça suave, com uma tonalidade amarelo palha, brilhante e de aroma característico doce, com uma pegada picante. Deliciosa. A família de Caçula, juntamente com várias famílias agrícolas, reunidas em cooperativas, também produzem a fécula. A  Fecularia e Farinheira Santiago exporta toneladas do produto para várias regiões onde  a fécula é usada na produção dos biscoitos de polvilho e produtos variados.

E agora ele, que é proprietário da Caçula Empreendimentos, tem outra novidade que vale a pena ser registrada aqui no Canal Rural. A construção do Hospital Regional Santiago do Norte, um empreendimento conjunto com a Vikan Administração e Participação e a Construtora e Incorporadora Merídio Broker. A novidade é que a obra é filantrópica e irá captar recursos de proponentes investidores do Mato Grosso. Segundo Caçula, “saúde e progresso andam juntos, além de ser um caminho para a evolução social”.

O hospital terá 24 leitos, dois centros cirúrgicos, cinco leitos de UTI, quatro leitos para urgências e emergências.

É mais uma ação de um grande empreendedor que está fazendo ações efetivas para mudar o Brasil!

Curso Técnico em Agropecuária em Santiago do Norte

 Inácio Roberto  Publicado: 15 Julho 2021  

SANTIAGO DO NORTE, PARANATINGA – Começou esta semana em Santiago do Norte, distrito de Paranatinga, o curso de Técnico em Agropecuária e Agricultura Familiar para estudantes secundaristas.

A iniciativa é da Secitec e Governo do Estado sob coordenação da Escola Técnica Estadual de Lucas do Rio Verde. Foi um a luta da Associação de Moradores de Santiago do Norte junto à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.

A turma conta com 30 alunos do distrito. As informações foram repassadas por Odir ‘Caçula’ Nicolodi. As aulas acontecem n a Escola Alcides Visoni.

Santiago do Norte pode se tornar município em Mato Grosso. Veja lista completa

Atualmente, Santiago é distrito de Paranatinga e vem demonstrando forte potencial devido à vocação agrícola.

Santiago do Norte pode se tornar município em Mato Grosso. Veja lista completa

Foi realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso nessa segunda-feira (7), uma audiência pública para discutir o Projeto de Lei Complementar nº 137/2015 que define novas regras para a criação de municípios no território brasileiro. 

Santiago no Norte, localizado a 545 km de Cuiabá pode se tornar um município e entrar na rota de crescimento, assim como ocorreu com outras cidades em Mato Grosso, que hoje já estão consolidadas a partir do agronegócio. 

Atualmente, Santiago é distrito de Paranatinga e vem demonstrando forte potencial devido à vocação agrícola.

Santiago do Norte começou com dois irmãos, depois uma família e assim por diante, seguindo o modelo de nascimento de outras cidades como Sapezal, Lucas do Rio Verde e Sorriso. Como diversas cidades já consolidadas no estado, nasceu a partir do agro. Veja mais aqui.

Este ano, o MT Econômico fez uma reportagem especial sobre Santiago por se tratar de um município economicamente promissor em Mato Grosso. Inúmeras obras estão projetadas por lá e algumas já são realidade como a BR-242, principal rodovia que corta a região. Outras obras como a MT-130 e MT-158 devem tornar o município cada vez mais estratégico em sua localização e escoamento de grãos. A ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) deve passar na região e investimentos do governo federal já estão sendo providenciados para tudo isso acontecer. Veja mais aqui.

Projeto de novos municípios

A proposta da criação de novos municípios em Mato Grosso, que devem ser no total 21, já tem parecer favorável da Comissão Especial criada para discutir o PLC, emitido pelo seu relator, deputado federal Carlos Henrique Gaguim (DEM/TO).

A expansão do número de municípios ficou evidente na divisão de Mato Grosso, em 1977. Na época, o Estado tinha 38 municípios e seu vizinho, Mato Grosso do Sul, 55. Hoje Mato Grosso possui 141 municípios e MS, o total de 79. 

O presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, defende a criação de novos municípios em Mato Grosso, mas que sejam feitos com critérios técnicos e não políticos. Para ele, as novas cidades têm que ter viabilidade econômica que não prejudiquem as sedes-mães.

“Não podemos cometer erros que foram feitos no passado. A maioria dos municípios criados no Brasil foi por questão política e eleitoral. Agora, nesta nova fase, é preciso estabelecer parâmetros técnicos com dados fundamentados na economia, nos números de habitantes e na base territorial que vai ficar para os municípios novos e para as sedes”, destacou Fraga.

Hoje, a AMM tem 132 municípios filiados – dos 141 existentes em Mato Grosso – e segundo Neurilan, a associação ainda não tem informações de quantos distritos estão aptos a serem emancipados político e administrativamente da sede-mãe. De acordo com ele, é preciso criar novos municípios onde haja uma economia forte, uma base territorial grande e um número de habitantes que satisfaça a proposta em análise na câmara federal.

Para o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), a criação de novos municípios, em todo o país, vem ao encontro dos debates em todos os níveis para que fosse colocado propostas de viabilidade, mas com características dos estados do Nordeste e do Sul. Segundo ele, Mato Grosso tem municípios com área territorial grande e com pouca densidade populacional.

“Infelizmente a ex-presidente Dilma Roussef vetou uma lei aprovada no Congresso Nacional, por isso já poderíamos ter avançado. Acredito que esse debate deve voltar, e Mato Grosso tem distritos que possuem densidade territorial e condições de serem emancipados. Às vezes a distância da sede até o distrito é muito grande. É um debate que precisa ser feito e, com isso, saber qual o custo financeiro do governo federal e dos governos estaduais”, disse Dal Bosco.

No Congresso Nacional

O primeiro foi o PLP 416/08, aprovado pela Câmara em junho de 2013 e vetado em novembro de 2013. O segundo foi o PLP 397/14, aprovado pela Câmara em junho de 2014 e vetado em agosto do mesmo ano. 

A proposta inicial teve origem no Senado Federal e foi apresentada pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA). Na Câmara, a proposta recebeu o nº 137/2015 e está sob a relatoria, na Comissão Especial, do deputado federal Carlos Henrique Gaguim (DEM/TO). A proposta tem parecer favorável e está apta para ser votada em Plenário.

Efetivação dos novos municípios

Como 2021 é ano de eleições municipais o projeto deve ser votado em 2022 e começar a valer a partir de 2024. No entanto, o projeto já está tramitando e os municípios se organizando.

Lista dos distritos que buscam se tornar município em Mato Grosso

Santiago do Norte (distrito de Paranatinga)

Salto da Alegria (distrito de Paranatinga)

Capão Verde (distrito de Alto Paraguai)

Nova Fronteira (distrito de Tabaporã)

Guariba (distrito de Colniza)

Nova União (distrito de Cotriguaçu)

Santa Clara do Monte Cristo (distrito de Vila Bela da Santíssima Trindade)

Rio Xingu (distrito de Querência)

União do Norte (distrito de Peixoto de Azevedo)

Espigão do Leste (distrito de São Félix do Araguaia)

Novo Paraíso (distrito de Ribeirão Cascalheira)

Paranorte (distrito de Juara)

Boa Esperança do Norte (distrito de Nova Ubiratã e Sorriso)

Cardoso do Oeste (distrito de Porto Esperidião)

Santo Antônio da Fontoura (distrito de São José do Xingu)

Ouro Branco do Sul (distrito de Itiquira)

Conselvan (distrito de Aripuanã)

Japuranã (distrito de Nova Bandeirantes)

Veranópolis do Araguaia (distrito de Confresa)

Brianorte (distrito de Nova Maringá)

Rondon do Parecis (distrito de Campo Novo do Parecis)

Conheça o potencial agropecuário de Santiago do Norte

Em meio ao cerrado matogrossense, em uma região que futuramente firmará o contínuo traço da BR-242, em um raio de até 80 quilômetros em todas as direções a partir de um distrito pertencente à Paranatinga – MT, existem cerca de 1 milhão de hectares de terras. Destes, 400 mil hectares de pastagens. A nova “fronteira” agrícola é conhecida como Santiago do Norte.

No atual ciclo, devem ser ocupados nos arredores do distrito, cerca de 200 mil hectares com soja, até 100 mil hectares com milho e 8 mil hectares com algodão. A informação é do presidente da Associação de Moradores de Santiago do Norte, Odir ‘Caçula’ Nicolodi, que apresentou alguns números da localidade.Foto: Facebook Santiago do Norte

Foto: Facebook Santiago do Norte

Odir ressalta que o distrito conta com áreas de cerrado e mata. As áreas agrícolas para venda permitem ainda abertura de 75%, 50% e 20% de desmatamento. Uma algodoeira foi recentemente instalada na região. O confinamento local apresenta um plantel de 40 mil animais e nas pastagens, há cerca de 100 mil cabeças.

O distrito, ainda, conta com cerca de 30 mil hectares destinados à agricultura familiar. ‘Caçula’ ressalta que o distrito tem três armazéns de grãos, um na fazenda Macuco (Safras), outro da empresa Bunge/Alvorada, e um terceiro na Fazenda Jatobá. A área para irrigação está no começo, destinando cerca de 1.000 hectares. Os principais rios da região são o Ronuro, Santiago, Jatobá, Batovi e Jaguari.

Caminhoneiros e fazendeiros reformam ponte sobre o Rio Batovi na futura BR-242

Logística:

Hoje Santiago do Norte está a 160km da cidade-sede, Paranatinga. São 26km asfaltados. De Santiago a Sorriso são 220km de asfalto pela BR-242. No futuro, a rodovia deve prosseguir até Gaúcha do Norte (100km).

‘Caçula’ Nicolodi faz questão de ressaltar que a logística de transporte precisa avançar com a conclusão da BR-242 (leste-oeste), permitindo melhor acesso a Goiânia ou aos portos do arco norte (BR-158). Ele observa que Santiago do Norte é uma fronteira agrícola em franca expansão: “Se os governos continuarem promovendo investimentos, a região vai crescer e Santiago se tornará uma cidade muito em breve”, finalizou ele.

Por Inácio Roberto, para a AGRNotícias.

Santiago do Norte: o vilarejo de MT que quer virar cidade, no rastro da soja

Bairro de Paranatinga, a 520 quilômetros de Cuiabá, cresce junto com o agronegócio da região. Empresário está transformando fazenda em loteamento e sonha com município.

Muitas cidades de Mato Grosso são “filhas da soja”. Nasceram, cresceram e se enriqueceram por causa do agronegócio. E esse processo não chegou ao fim. O vilarejo de Santiago do Norte, a mais de 520 quilômetros de Cuiabá, capital do estado, está vivendo o comecinho dessa expansão.

Os campos de soja avançam em Mato Grosso. Em 2008, o grão ocupava quase 6 milhões de hectares no estado. Em 2017, essa área se agigantou para mais de 9 milhões de hectares. No caminho de 220 quilômetros de Sorriso até Santiago do Norte, pela BR 242, vê-se as grandes planícies das plantações e também a pulverização de herbicidas.

Santiago do Norte recebe gente vinda de longe: do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul. A trajetória dos pioneiros do lugar é a história clássica do nascimento e crescimento de muitas cidades brasileiras.

Desde o século 16, motivos não faltaram para atrair exploradores: o ouro, o ferro, a borracha, o café. Os desbravadores de hoje estão atrás de uma vida melhor em Mato Grosso, através da riqueza da soja.

A soja é mãe de muitas cidades no estado e Santiago do Norte promete ser uma delas. Por enquanto, é apenas um bairro do município de Paranatinga, mas sonha alto e espera ver o que hoje é loteamento transformado em lojas, prédios, casas, armazéns, condomínios fechados, aeroporto e estrada de ferro, para poder transportar a soja até o Maranhão e, de lá, até o outro lado do mundo.

‘Longe de tudo’

O projeto é do empresário Odir Nicolodi, que diz que quer criar o novo município porque o lugar “está longe de tudo”.

“Eu não posso sair daqui até Sorriso, a 220 quilômetros, ou ir até a sede do meu município, que está a 160. Então, a gente resolveu fazer uma cidade, como tantas outras que foram construídas no Mato Grosso.”

O que hoje é o bairro de Santiago do Norte é apenas um pedacinho na grande maquete que Odir planejou para a futura cidade. “É uma cidade construída para o agro, é do agronegócio que está nascendo. Mas pode vir o pequeno comerciante, que tem um dinheirinho e monta uma padaria, uma farmácia, e ele começa a crescer”, sonha o empresário.

O agronegócio faz a cidade, mas quem a ajuda a fazer é o pequeno. “O médio e grande produtor já estão aqui. Tem soja, tem algodão, tem gado. Então, nós temos que incentivar o pequeno, para ele não sair da terra. Ele tem que estar aqui em roda, produzindo e vendendo dentro da vila”, afirma Odir.

De hectare para m²

Todos os planos de cidade que estão nos projetos e sonhos de Odir vão caber dentro da fazenda da família dele, numa área de 7,4 mil hectares. A área, que foi comprada em hectares, agora será vendida por metro quadrado, em lotes.

Diego Oliveira da Rosa e Josi Fraga saíram de Igatu, no Paraná, só para conhecer o projeto de cidade.

“A intenção é vir para cá e tentar alguma coisa nova aqui. Chegar e montar um comércio, igual tenho lá [no Paraná] e que é minha área, montar uma de material de construção”, diz Diego.

“Eu sou agricultor lá, mas eu também tinha intenção de vir aqui e montar um comércio, ver o que precisa no município, o que falta aqui e tentar nesse ramo”, emenda Josi.

Gente de longe

Quem comanda a única escola de Santiago do Norte é a diretora Manuela Pacheco. Ela saiu de Pato Branco, no Paraná, e mora há 12 anos no lugar. “Vim em 2006. Não tinha luz elétrica, somente gerador 3 horas por dia. Essas foram as dificuldades”, conta.

O pai dela foi transferido para Sorriso e a família deixou o Paraná.

“O Sul fica meio estagnado, não tem para onde crescer, é aquilo e pronto. [Falta] Qualidade de vida, aqui a gente ainda não tem médico, só posto de saúde.”

A escola ainda não está pronta, mas quase. Foram as pessoas da própria comunidade que trabalharam para deixá-la como agora: com paredes de tijolos, vidros, portas, eletricidade. O básico para que os 304 alunos de pré até 9º ano pudessem estudar.

Alunos e professores também vieram de longe. Do Sul, Nordeste, Centro-Oeste.

“A gente tem alunos de todas as classes sociais. Desde de passar necessidade, até alguns de classe alta. Eles têm de conviver [com] tudo igual, não tem escola particular. O tratamento é o mesmo, o uniforme é o mesmo. Isso é nossa diversidade”, diz a diretora.

Se não existisse uma placa, o flamboyant vermelho seria a melhor indicação de onde fica a casa de Leda, a cabeleireira do vilarejo. Ela plantou a árvore há 17 anos, quando chegou por lá. É uma das pioneiras de Santiago do Norte.

“Santiago tinha uma meia dúzia de casa. Na verdade, eu sou meio pioneira entre as pessoas que vieram distante daqui. Porque quando cheguei, eram poucas pessoas do lugar que moravam. A gente veio para cá atrás de melhoria, quando a gente ouviu falar bem do Mato Grosso. Lá, meu marido era agricultor. A gente plantava soja e trigo, no inverno.”

Vez ou outra o casal sofria com a lavoura, no Sul. Em um ano, era geada fora de época. Em outro, um temporal acabava com a colheita.

Ednea e Osvaldo Correa saíram do Paraná há 30 anos para trabalhar na fazenda que Zé Rico, da dupla sertaneja com Milionário, tinha na época. Ela, professora; ele, comerciante. Há 11 anos, chegaram a Santiago do Norte e abriram um açougue.

Marcondes de Campos é hoje cozinheiro do melhor restaurante do local, mas originalmente trabalhava com comunicação. Foi gerente de rádio por 10 anos e trabalhava na área de publicidade.

Ele cuida da comida e a mulher, Claudiana Cestari, administra o empreendimento, que fica na rua principal de Santiago do Norte. Os dois já estão estabilizados e têm uma renda de cerca de 5 salários mínimos por mês, que consideram suficiente para viver bem por ali.

Futuro

Odir, o empresário que planeja a cidade, já consegue ver o futuro de Santiago do Norte. Enxerga uma catedral para o santo, o apóstolo Santiago, que veio da Espanha, onde hoje só se vê mata. Enquanto ela não fica pronta, a imagem tem o seu lugar na igrejinha da vila, onde a cabeleireira Leda ajuda o padre a rezar a missa.

Enquanto a cidade não vira cidade, os dias ainda terminam com o horizonte largo, de onde ainda se vê o caminhar da chuva.

Santiago do Norte sonha deixar de ser uma vila para virar uma cidade de MT — Foto: Reprodução/TV Globo

Santiago do Norte sonha deixar de ser uma vila para virar uma cidade de MT — Foto: Reprodução/TV Globo

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